A viúva e irmã do comerciante Igor Peretto, encontrado morto com sinais de facadas no apartamento da irmã, no Canto do Forte, em Praia Grande (SP), foram presas temporariamente por 30 dias, nesta sexta-feira (6). Segundo apurado pelo g1, Mario Vitorino da Silva, cunhado da vítima, segue foragido desde o crime.
Igor Peretto, de 27 anos, foi morto no sábado (31), no apartamento da irmã, Marcelly Peretto, no Canto do Forte. A Polícia Militar foi acionada pela síndica do condomínio, que relatou ter ouvido barulhos e gritos. Os policiais encontraram o corpo de Igor em um dos quartos e uma faca com marcas de sangue em um dos banheiros.
Rafaela Costa da Silva, viúva do comerciante, estava foragida desde a última terça-feira (3), quando teve a prisão temporária decretada pela Justiça. Ela se apresentou à Polícia Civil nesta sexta (6).
Ao g1, o advogado Marcelo Cruz afirmou que a cliente compareceu espontaneamente, mesmo sabendo da ordem de prisão contra ela. "Rafaela resolveu se entregar para prestar esclarecimentos sobre os fatos". De acordo com Cruz, ele analisará o melhor momento para requisitar a liberdade dela.
Rafaela Costa, viúva de Igor Perotto, se entregou à polícia para prestar depoimento na DIG de Praia Grande, SP — Foto: Matheus Croce/g1
Marcelly Peretto, irmã do comerciante, retornou à delegacia para se entregar após a Justiça expedir um mandado de prisão temporária contra ela. Em entrevista à TV Tribuna, afiliada da Globo, o advogado dela, Leandro Weissman, disse que não teve integral acesso às provas e relembrou que ela se apresentou espontaneamente na última segunda-feira (2).
De acordo com o advogado, Marcelly será novamente ouvida nesta sexta, mas na condição de acusada. Em seguida, será encaminhada à prisão. No primeiro depoimento, ela narrou os fatos, mas nada lhe foi perguntado. Além disso, deixou o celular à disposição da polícia.
"Ela a todo momento informa que é inocente e assim vai permanecer. Ela afirma que não teve qualquer participação", disse Leandro.
Para a defesa, a prisão de Marcelly foi uma surpresa. "Ela compareceu de forma espontânea e se colocou à disposição para qualquer esclarecimento". O advogado disse ainda que primeiramente quer ver o que a Polícia Civil tem de provas.
Viúva, Rafaela Costa da Silva, e irmã, Marcelly Peretto, foram presas suspeitas de envolvimento na morte do comerciante Igor Peretto, de 27 anos — Foto: Matheus Croce/g1 e Yasmin Braga/g1
A motivação do crime, de acordo com a defesa de Marcelly, teria sido ciúmes. "O Mario fez ela acompanhá-lo em uma viagem. Não permitiu que ela saísse no caminho e usasse o celular". A irmã do comerciante teria conseguido escapar e pegado um táxi para retornar à Baixada Santista.
"Acho que ainda tem muito a acontecer. Nós estamos tentando buscar o máximo de informações possíveis e colaborar com a polícia no necessário", afirmou o advogado.
Procurado pelo g1, o advogado da família de Igor Peretto, Felipe Pires de Campos, disse que os clientes estão mais conformados em saber que a justiça está sendo feita. O profissional deixou de defender Marcelly, mas continua a representar os parentes da vítima.
Ainda de acordo com Campos, a família espera que Mario se apresente à polícia para esclarecer o que ocorreu no dia em que Igor morreu. "É isso que a família quer descobrir o que realmente houve naquele dia e colocar um ponto final em todas essas discussões".
Segundo apurado pela TV Tribuna, afiliada da Globo, o carro foi localizado por policiais civis de Praia Grande perto de uma agência dos Correios em Pindamonhangaba. Após uma perícia, ele foi levado à Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Praia Grande, na noite de quinta-feira (5).
As imagens gravadas pelo repórter Matheus Croce, da TV Tribuna, mostram que o câmbio e o banco tinham marcas que, aparentemente, são de sangue. Uma garrafa com marcas parecidas também foi encontrada jogada no chão do veículo.
Igor Peretto era irmão do vereador Tiago Peretto (União Brasil), de São Vicente. Marcelly é filha de uma mãe, o vereador de outra e Igor de uma terceira mulher. Os três são irmãos apenas por parte de pai.
O caso aconteceu na noite do dia 31 de agosto. A síndica do prédio contou aos policiais que tocou várias vezes a campainha do apartamento da irmã de Igor Peretto e bateu na porta, mas que não foi atendida. Por isso, ela resolveu olhar as câmeras de monitoramento do prédio e identificou que, por volta das 4h37, Marcelly Peretto chegou ao imóvel acompanhada da esposa de Igor, Rafaela Costa.
Por volta das 5h40, Mario e Igor chegaram ao local e solicitaram ao porteiro da noite autorização para entrada no condomínio, que teria sido negada. Os dois só acessaram o prédio após a liberação da irmã de Igor, a dona do apartamento.
Os policiais militares informaram à Polícia Civil que, com base nas informações, acreditam que a vítima estava com a esposa dentro do apartamento. Com a ajuda de um chaveiro, solicitado pela síndica, a porta foi aberta e eles notaram sinais de sangue no corredor.
Igor Peretto, irmão do vereador de São Vicente (SP), Tiago Peretto (União Brasil), foi morto a facadas em Praia Grande — Foto: Reprodução/Redes Sociais e Thais Rozo/g1
Assim que a porta do apartamento foi aberta, os policiais encontraram o corpo de Igor caído em um quarto, próximo da janela. O imóvel estava revirado, indicando que houve luta corporal, além de marcas de sangue, conforme informaram os agentes.
De acordo com o boletim de ocorrência, os policiais revistaram o apartamento em busca da esposa de Igor, mas ela não foi encontrada. Conforme apurado pela TV Tribuna, Rafaela teria deixado o imóvel antes de Marcelly e Mario.
Casais estavam dentro do apartamento onde Igor Peretto foi encontrado morto em Praia Grande (SP) — Foto: Yasmin Braga/g1 e Reprodução/Redes Sociais
Marcelly, que também é investigada, prestou depoimento à Polícia Civil na segunda-feira (2). O advogado de defesa da família da vítima, Felipe Pires de Campos, apontou Mario, que também era sócio de Igor, como o autor do crime.
De acordo com Campos, Marcelly relatou à polícia que Mario estava saindo com a esposa de Igor. O advogado afirmou que a cliente não sabia da traição até o momento da briga, e reforçou que ela foi pressionada pelo marido a deixar o imóvel após ele cometer o crime. Ainda segundo o advogado, Marcelly e Mario são casados, mas já não moram mais no mesmo imóvel.
O advogado disse que, apesar de estar no imóvel, Marcelly não presenciou o irmão sendo morto, pois estava em um quarto lateral, e que teria sido deixada pelo marido em uma estrada após o crime. "Vamos deixar esses detalhes para a investigação prosseguir".
Marcelly Peretto, irmã do comerciante encontrado morto com sinais de facada, prestou depoimento na DIG de Praia Grande, SP, na última segunda-feira (2) — Foto: Reprodução/Redes Sociais e Yasmin Braga/g1
Fonte: g1