A Polícia Civil investiga como morte suspeita o caso de uma idosa de 77 anos que morreu no último domingo (22) depois de ser encontrada ferida e sem as roupas em uma área de mata do Arboreto Vila Amália, região do Horto Florestal, Zona Norte de São Paulo.
Sônia Marina Barlebem estava desaparecida desde o dia 8 de setembro e foi encontrada no dia 16 por um morador em situação de rua. Ela foi levada ao Hospital Mandaqui, Zona Norte de São Paulo, mas não resistiu aos ferimentos.
Ao g1, o padre Francisco Carlos Madoglio relatou que Sônia passou a morar recentemente em um quarto nos fundos da igreja Nossa Senhora Aparecida. A dona da casa onde ela vivia percebeu que ela tinha Alzheimer e Sônia passou a ser assistida pela comunidade da igreja.
No dia 8 de setembro, ela disse que ia na sua casa antiga tomar banho e não retornou mais. O padre, então, registrou boletim de ocorrência pelo desaparecimento.
"A casa antiga dela fica a uma quadra da igreja. Ela ainda nem tinha feito a mudança toda e ia todo dia lá. Por isso, eu estranhei, mas nem tanto. Como vi que ela estava demorando, eu achei até que ia dormir lá. Como ela não voltou às 8h do outro dia, como de costume, comecei a fazer buscas. Falei com pessoal da casa e até chamaram o chaveiro. Foi quando fizemos o boletim de desaparecimento", afirmou.
"A comunidade toda foi mobilizada. Espalhamos cartazes no comércio local, nas ruas. Eu cheguei a ir no parque depois que alguém disse que a viu por lá. Até chamei os bombeiros, mas disseram que não eram com eles. Chamei o COE, PM e nada".
Local onde Sônia Marina foi encontrada ferida no Arboreto Vila Amália, Zona Norte de SP — Foto: Arquivo Pessoal
O padre conta que foi no dia 16 de setembro que um morador em situação de rua a encontrou em uma trilha na região do Horto Florestal. No local, Sônia estava sem roupa, ferida e com larvas.
"Parecia cena de terror. Ela estava com sinais de abuso sexual. Estava sem as calças, com larva pelo corpo", ressaltou o padre.
O caso foi registrado no 13º Distrito Policial como morte suspeita e segue sendo investigado. O padre ainda ressalta que acredita que Sônia tenha sido vítima de abuso sexual.
"A causa da morte foi infecção de pele, mas com certeza em decorrência do abuso sexual. Espero que seja feita justiça por Sônia Marina e por todas idosas que sofrem abuso sexual e abusos psicológicos, e por todas as mulheres que sofrem abusos de toda espécie. As autoridades e a sociedade devem estar atentos e irradiaren qualquer tipo de violência", ressaltou o padre.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) disse que foi requisitada perícia no local.
"Uma idosa, de 77 anos, morreu após ter sido encontrada com ferimentos, na tarde de domingo (22), por volta das 17h, na Rua do Horto, no bairro Tremembé, zona norte de São Paulo. A vítima teria sido socorrida ao Pronto-Socorro Mandaqui, mas não resistiu. O caso foi registrado como morte suspeita pelo 13º Distrito Policial (Casa Verde), que requisitou perícia", diz o órgão.
Em nota, a Urbia, gestora do Parque Estadual Alberto Löfgren - Horto Florestal, afirmou que lamenta o ocorrido e se solidariza com a família e amigos.
"A concessionária afirma que contribui e aguarda as investigações da Polícia Civil. No entanto, é importante esclarecer que a suspeita é de que o caso teria acontecido no Arboreto e não no interior do Horto Florestal. Até o momento, não se sabe qual o local exato onde a violência foi praticada e a concessão não abrange todo o território. A empresa reitera que a segurança pública dos espaços do parque é de responsabilidade da Polícia Militar de São Paulo, enquanto a Urbia atua na segurança e vigilância patrimonial e operacional, na área concedida, atendendo e orientando os visitantes".
Roupas e objetos foram encontrados perto de onde Sônia foi localizada — Foto: Arquivo Pessoal
Fonte: g1