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Irmã de comerciante morto após traição diz à polícia que estava nua e sob efeito de ecstasy durante o crime

Marcelly Peretto prestou depoimento sobre a morte do irmão, Igor Peretto, em Praia Grande (SP). Advogado da mulher afirma que ela não viu o parente ser esfaqueado no imóvel.

Publicada em 01/10/2024 às 10:47h - 8 visualizações - Por g1

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Irmã de comerciante morto após traição diz à polícia que estava nua e sob efeito de ecstasy durante o crime

Marcelly Peretto, irmã do comerciante Igor Peretto, encontrado morto no apartamento dela em Praia Grande (SP), prestou um novo depoimento à Polícia Civil. Ao g1, o advogado Leandro Weissmann afirmou que a cliente estava nua, alcoolizada e sob efeito de ecstasy quando a vítima e Mario Vitorino começaram a discutir no imóvel. "Ela estava totalmente desnorteada por conta do entorpecente".

O crime aconteceu em 31 de agosto. Dentro do imóvel estavam a vítima, Marcelly e Mario Vitorino (marido de Marcelly e sócio de Igor). Rafaela Costa (esposa de Igor) chegou com Marcelly ao apartamento, mas o deixou 13 segundos antes do marido chegar com o suspeito pelo assassinato.

 

De acordo com os depoimentos do trio e dos advogados, a viúva Rafaela tinha um caso com Mario. Além disso, o advogado de Marcelly chegou a dizer que a cliente e Rafaela tiveram um envolvimento amoroso no local antes da chegada de Igor e Mario no apartamento.

Marcelly prestou o segundo depoimento na Delegacia de Homicídios de Praia Grande (SP), na última segunda-feira (30). Quando foi presa, no dia 6 de setembro, ela foi orientada pela equipe de advogados a se manter em silencio.

Segundo o advogado Leandro Weissmann, agora a mulher deu detalhes sobre o caso à polícia, mas ressaltou não ter visto o irmão ser esfaqueado por Mario.

 

"[Marcelly viu] Mario saindo de cima do Igor, mas não viu nenhuma facada. Ela acredita que o Igor já estivesse morto nesse momento", disse o advogado.

 

 

O que Marcelly disse?

 

 

Mario Vitorino abraça Marcelly Peretto (à esq.) após assassinato do irmão dela; faca usada no crime (à dir.) — Foto: Reprodução

Mario Vitorino abraça Marcelly Peretto (à esq.) após assassinato do irmão dela; faca usada no crime (à dir.) — Foto: Reprodução

 

Segundo o advogado, Marcelly estava "à vontade" e sozinha no apartamento após Rafaela deixar o imóvel. Câmeras de monitoramento do prédio flagraram a então esposa de Igor saindo do local 13 segundos antes da chegada dos homens.

Leandro Weissmann acrescentou que a cliente estava nua e descansando no próprio quarto, após ingerir bebidas alcóolicas e fazer uso de ecstasy, quando Igor e Mario chegaram. "Os dois subiram [de elevador] e já entraram no apartamento discutindo", afirmou.

Ainda de acordo com o advogado, Marcelly disse à Polícia Civil que estava "totalmente desnorteada" por conta do efeito do entorpecente. Segundo o profissional, a cliente também explicou à corporação o motivo de não tentar apartar a discussão dos homens.

 

"Ela falou que o Igor, quando brigava ou discutia, não deixava ninguém entrar nas discussões dele. Sabendo disso, [Marcelly] nem se envolveu, pois achou que seria um 'bate-boca'. Não imaginava que chegaria a esse ponto", complementou Weissmann.

 

Igor Peretto foi encontrado morto com 11 facadas no quarto do apartamento da irmã, em Praia Grande, SP — Foto: Laudo pericial e reprodução

Igor Peretto foi encontrado morto com 11 facadas no quarto do apartamento da irmã, em Praia Grande, SP — Foto: Laudo pericial e reprodução

 

Marcelly também disse à polícia ter visto Igor quebrando um espelho com um chute durante a discussão. Neste momento, ainda de acordo com o advogado, a mulher saiu do quarto em direção a outro cômodo, com o objetivo de se vestir.

"Quando ela saiu e foi para o outro quarto, ainda não tinha agressão nenhuma", afirmou o advogado. Por fim, Weissmann afirmou que Marcelly encontrou o irmão já esfaqueado quando deixou o segundo cômodo.

Leia também

 

 

 

Defesa de Mario

 

 

Para o advogado Mario Badures, o cliente agiu em legítima defesa. O profissional apresentou à imprensa imagens que mostram que, 16 dias após o caso, o cliente ainda tinha hematomas da luta corporal que teve com Igor.

De acordo com ele, o rosto do cliente ficou inchado e a palma da mão foi atingida pelo espelho (veja abaixo).

Advogado de cunhado de comerciante assassinado mostra imagens dos hematomas no corpo de Mario 16 dias após o crime — Foto: Reprodução

Advogado de cunhado de comerciante assassinado mostra imagens dos hematomas no corpo de Mario 16 dias após o crime — Foto: Reprodução

 

"Marcelly, que é a testemunha presencial, que estava no local dos fatos, fala que o Igor, na posse de um espelho, de um vidro quebrado, que era um espelho, foi na direção de Mario. Isso é a investigação que diz", disse.

 

O advogado afirmou que existem testemunhas e moradores que relatam que houve pancadaria e gritos de socorro. "Existe um porteiro que interfona para o apartamento e a vítima Igor que atende o interfone e fala que está tudo bem".

Advogado de cunhado de comerciante assassinado mostra imagens dos hematomas no corpo de Mario 16 dias após o crime — Foto: Reprodução

Advogado de cunhado de comerciante assassinado mostra imagens dos hematomas no corpo de Mario 16 dias após o crime — Foto: Reprodução

 

Laudo pericial

 

 

A PM foi acionada pela síndica do prédio após ela ter ouvido muito barulho e não ter conseguido contato com Marcelly, a dona do apartamento. No local, os policiais precisaram forçar a entrada no imóvel e se depararam com um cenário de violência, de luta corporal, com muito sangue e o corpo de Igor no quarto.

 

Manchas de sangue

 

 

Imagens fortes — Foto: g1
Marcas de sangue encontradas no apartamento de Marcelly Peretto, no dia da morte do irmão, Igor Peretto — Foto: Laudo pericial

Marcas de sangue encontradas no apartamento de Marcelly Peretto, no dia da morte do irmão, Igor Peretto — Foto: Laudo pericial

Segundo o laudo, as manchas de sangue foram os principais vestígios encontrados pela perícia. Elas estavam no corredor do prédio e dentro do apartamento.

Do lado de fora do imóvel apresentavam-se como pingos. Eles estavam na escadaria entre o 4ª andar, onde mora Marcelly, e o 2º andar. De acordo com o documento, essas informações sugerem que o suspeito foi ferido, o que pode ajudar nas investigações por meio de exames de DNA.

No interior do apartamento, as manchas estavam espalhadas por vários cômodos, principalmente na sala, na cozinha, no corredor e na suíte, onde o cadáver foi encontrado. O laudo aponta que os sinais encontrados indicam uma luta intensa pelo imóvel.

Mario Vitorino abraça Marcelly Peretto (à esq.) após assassinato do irmão dela; faca usada no crime (à dir.) — Foto: Reprodução

Mario Vitorino abraça Marcelly Peretto (à esq.) após assassinato do irmão dela; faca usada no crime (à dir.) — Foto: Reprodução

A faca, considerada pela perícia como provável instrumento usado no crime, estava coberta de sangue e foi encontrada no chão do banheiro socialEla tem 36 cm de comprimento total, 23 cm de lâmina pontiaguda e uma largura máxima de 5 cm.

Após a faca ser examinada para coleta de impressões digitais, o perito responsável concluiu que, pela natureza de suas características, ela era capaz de causar as lesões observadas no cadáver.

O documento revelou, ainda, que a ponta da lâmina estava ligeiramente entortada, o que sugere que a faca pode ter sido usada com força considerável durante o ataque.

 

Sinais de luta

 

 

A porta do guarda-roupa na suíte, onde o corpo foi encontrado, estava danificada e tombada. Tal situação pode sugerir uma briga intensa no local, de acordo com o perito.

Outro aspecto que chamou a atenção: os danos nos batentes das portas do banheiro e do quarto entre o banheiro e a suíte. Eles apontam, de acordo com o documento, para uma tentativa de arrombamentos. Entretanto, não foram encontrados fragmentos de madeira, o que pode dar a entender que os danos seriam anteriores.

 

Mario, o último preso

 

 

Mario Vitorino chegou a Praia Grande (SP) no dia 17 de setembro após mais de duas semanas foragido. O repórter cinematográfico Fábio Pires, da TV Tribuna, afiliada da TV Globo, registrou o momento em que ele entrou na DIG (assista acima).

O cunhado e sócio de Igor foi preso no interior paulista. Ele estava escondido na casa de um tio de Rafaela, viúva de Igor e amante de Mario. Tanto Rafaela quanto a irmã da vítima, Marcelly Peretto, já haviam sido detidas.

Mario era procurado desde 31 de agosto, data em que Igor foi morto. Depois de ter sido preso pela PM, ele foi conduzido à Delegacia Seccional de Rio Claro (SP), onde passou por audiência de custódia e teve a prisão mantida pelo juiz.

A prisão só foi possível graças às informações que o irmão da vítima, o vereador Tiago Peretto, recebeu em forma de denúncia anônima sobre o paradeiro do cunhado. Embora o suspeito ainda seja casado com Marcelly, eles não estavam mais juntos, e sequer moravam no mesmo apartamento.

Mario, Marcelly e Rafaela, investigados pelo homicídio contra o comerciante Igor Peretto — Foto: Reprodução e Redes sociais

Mario, Marcelly e Rafaela, investigados pelo homicídio contra o comerciante Igor Peretto — Foto: Reprodução e Redes sociais

 

 

g1 teve acesso às últimas imagens do comerciante com vida. Os vídeos mostram os três suspeitos e a vítima chegando ao apartamento onde ocorreu o crime. Primeiro, chegam Marcelly e Rafaela, mas a viúva deixa o apartamento antes de Mario aparecer com Igor 

Nas imagens, obtidas pelo g1, é possível ver Rafaela e Marcelly chegando de carro e subindo de elevador até o apartamento da irmã da vítima, por volta das 4h30. A esposa de Igor deixou o local sozinha, cerca de dez minutos depois, antes da chegada dos homens.

Igor e Mario também foram filmados chegando de carro ao prédio, às 5h42. A dupla subiu de elevador aproximadamente dois minutos depois. Na ocasião, o comerciante parecia questionar o cunhado antes de acessar o imóvel da irmã. Este é o último registro dele, feito pelas câmeras de monitoramento.

Mario e Marcelly são casados no papel, mas já não estavam mais juntos. O crime aconteceu no imóvel dela, onde foram filmados saindo às 6h04. O casal desceu pelas escadas, foi até o subsolo e deixou o prédio a pé pela garagem.

De lá, os dois foram de carro para o apartamento de Mário, que fica a poucos quilômetros de distância do local do assassinato. Eles chegam ao prédio às 6h11, ficaram aproximadamente cinco minutos e saíram segurando bolsas e outros objetos.

 

A Polícia Militar foi acionada pela síndica. Com a ajuda de um chaveiro, solicitado por ela, a porta foi aberta e os agentes notaram sinais de sangue no corredor. Eles encontraram o corpo de Igor caído em um quarto, próximo da janela.

Casais estavam dentro do apartamento onde Igor Peretto foi encontrado morto em Praia Grande (SP) — Foto: Yasmin Braga/g1 e Reprodução/Redes Sociais

Casais estavam dentro do apartamento onde Igor Peretto foi encontrado morto em Praia Grande (SP) — Foto: Yasmin Braga/g1 e Reprodução/Redes Sociais




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