Um soldado da Polícia Militar foi preso nesta terça-feira (17), por suspeita de envolvimento no desaparecimento de dois jovens funcionários de um ferro-velho em Salvador. Paulo Daniel Pereira Gentil do Nascimento e Matusalém Silva Muniz seguem desaparecidos.
O policial preso foi identificado como Uanderson Xavier Dias, conhecido como Gordo. Ele tem 30 anos e já foi preso anteriormente, em 2016, quando foi apontado como suspeito de envolvimento em um duplo homicídio Boa Vista de São Caetano, na capital baiana.
Jovens desapareceram após saírem para trabalhar — Foto: Reprodução/TV Bahia
O desaparecimento de Paulo e Matusalém completou um mês em 4 de dezembro. Os dois jovens foram vistos pela última vez ao ao sair de suas respectivas casas para trabalhar como diaristas no ferro-velho, localizado no bairro de Pirajá.
O dono do empreendimento, Marcelo Bastista da Silva, é considerado suspeito do crime. Em 9 de novembro, a Justiça decretou a prisão preventiva do empresário, mas ele fugiu e é procurado pela polícia. [Saiba mais sobre o empresário ao final da matéria]
A suspeita é que os dois jovens foram executados a mando de Marcelo Batista Silva. Além do PM que foi preso nesta terça-feira, outros dois policiais são suspeitos de envolvimento no caso e já tiveram os pedidos de prisões preventivas solicitados. Os nomes deles não foram divulgados.
O policial Uanderson Xavier Dias, preso nesta terça-feira, foi levado no carro da Corregedoria da Polícia Militar para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde será ouvido.
Marcelo é dono do ferro-velho onde jovens trabalhavam e está foragido da Justiça — Foto: Redes sociais
Marcelo Batista da Silva é o dono do empreendimento. Além do mandado de prisão em aberto em relação ao desaparecimento dos dois jovens, o nome do empresário aparece em investigações a respeito de outros crimes. Segundo a polícia, ele é:
Na Justiça do Trabalho, ele responde nove processos que estão em tramitação. Outros 60 foram arquivados. As acusações abordam descumprimento de pagamento de salário, horas extras, assédio sexual e tortura.
A suspeita do envolvimento do empresário no crime foi denunciada pelas famílias dos jovens, que relataram que Marcelo havia acusado os jovens de furto.
Ao longo das investigações, o carro do suspeito foi periciado. O veículo foi encontrado em uma loja especializada em veículos de alto patrão, na cidade de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Avaliado em R$ 750 mil, o carro foi deixado no local por outro homem, que solicitou a troca dos bancos alegando ter adquirido o bem com alguns pontos de sujeira.
A Polícia Civil informou que a suposta sujeira pode se tratar de vestígios de sangue dos rapazes.
Local onde os jovens trabalhavam em Salvador — Foto: TV Bahia
A versão dada pelo empresário, em 8 de novembro, antes de ter o mandado de prisão expedido, é que teve cinco toneladas de fardo de alumínio furtados nos últimos dois meses e que conseguiu recuperar 500 quilos em 3 de novembro, após seguir o caminhão usado no crime.
Segundo ele, no dia 4 de novembro, enquanto registrava ocorrência policial contra um terceiro funcionário, que não teve o nome divulgado, Paulo Daniel e Matusalém foram flagrados em outro furto à empresa. Marcelo Batista ainda informou que planejava ligar para a polícia, para fazer um flagrante no dia seguinte e recuperar a carga roubada. No entanto, os jovens não apareceram para trabalhar e nunca mais entraram em contato.
Fonte: g1