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Economia e negócios

"Índice Zara": Brasil é 11º mais caro para roupas da marca em lista de 55 países

Ranking criado pelo banco brasileiro BTG Pactual funciona como termômetro para medir os custos de uma rede de varejo operar no Brasil em comparação a outros lugares

Publicada em 19/06/2023 às 10:34h - 13 visualizações - Juliana Elias

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Fachada de loja da Zara  (Foto: Abbat/Unsplash)

O Brasil está entre os países mais caros para comprar roupas da Zara, considerada a lista de mais de 50 lugares onde a grife espanhola está presente.

É o que mostra o “Índice Zara”, um ranking elaborado pelo banco brasileiro BTG Pactual para comparar a diferença nos custos de operação e nos níveis de preços da multinacional em diferentes países.

 

A ideia, inspirada no tradicional “Índice Big Mac” da revista britânica Economist, é usar uma rede com presença global como referência para analisar qual seria a competitividade de cada economia para o setor de varejo como um todo.

“Ao usar a Zara para o nosso universo de varejo, conseguimos ter uma amostra da competitividade e do custo-Brasil”, explica o analista de varejo do BTG Luiz Guanais, um dos economistas responsáveis pela pesquisa.

“E o índice mostra que o Brasil é um dos mais caros em relação aos outros.”

11º de 55

Em 2022, o preço médio das roupas da Zara vendidas no Brasil quando, convertido para dólares, era 1% mais caro que os preços das mesmas peças nos Estados Unidos.

Isso coloca o Brasil no posto de 11º mais caro em uma lista de 55 países onde a marca tem lojas próprias.

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É uma posição bem distante, inclusive, de vizinhos latinos como México — onde comprar roupas da Zara é 6% mais barato que nos EUA —, Peru (-13%), Chile (-20%) ou Colômbia, onde os preços da marca custam, em média, 26% menos que nos Estados Unidos, país e moeda usados como referência no índice do BTG.

Se os valores forem corrigidos pelo poder de compra, ou seja, considerando o nível de renda médio de cada país, a situação fica ainda pior para o Brasil: neste caso, a roupa da marca pesa 121% mais para o bolso dos brasileiros do que para o dos norte-americanos, e o país passa a ser o 8º mais caro, entre 50 considerados (veja a lista ao fim).

“O ranking por valor absoluto é o que vai nos dar uma ideia do custo que a empresa tem para operar em cada país, como os custos de importação, de logística, de impostos, que no Brasil são bem altos”, explica Guanais.

“Já o ranking por poder de compra mostra a elasticidade que ela vai ter para repassar aumentos para seus preços.”

Como, na pandemia, os custos da fabricação de vestuário, como tantos outros, dispararam, essa habilidade das marcas de não perderem seus clientes mesmo após aumentar os preços foi crucial para que sobrevivessem. 

É algo que a Zara conseguiu razoavelmente bem no mundo em comparação a outras concorrentes globais, como a sueca H&M, de acordo com relatório de análise do BTG.

No Brasil, porém, como o preço final já é alto para o bolso do consumidor, essa margem é mais espremida, e é um dos fatores que podem ter dificultado a vida das varejistas no país, que têm sofrido com queda nas vendas, disparada de dívidas e falências nos últimos meses.

Entre os países onde os consumidores vão encontrar as roupas mais baratas da Zara, estão a matriz, a Espanha, que é o quarto endereço da lista com os preços mais baixos, e outros europeus próximos de lá e de suas fábricas, como Portugal (3º) e a Grécia, a primeira mais barata do ranking.

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