Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, culpou nesta sexta-feira (9) as forças ucranianas pelos bombardeios que mataram civis em áreas alegadas por inundações causadas pelo colapso da represa e da hidrelétrica de Nova Kakhovka, no sul da Ucrânia.
Desde os ataques, esse foi o primeiro pronunciamento oficial da Rússia — que atualmente controla a região atingida. Peskov chamou os supostos ataques de “bárbaros”. A Reuters não pôde verificar de forma independente as afirmações de Peskov.
Não vamos esquecer: primeiro, todo o trabalho (de evacuação) está sendo realizado sob bombardeio das Forças Armadas Ucranianas. O bombardeio é implacável. É mais do que um bombardeio bárbaro. Você conhece os resultados disso (bombardeio) — entre as vítimas das enchentes há pessoas que foram mortas, incluindo até uma mulher grávida. Claro, sempre precisamos lembrar que essa inundação mortal foi causada por sabotagem do lado ucraniano. Mais especificamente, foi o lado ucraniano que explodiu a barragem de Kakhovka.
A Ucrânia, por outro lado, culpa a Rússia pelos bombardeios que atingiram civis nas áreas inundadas. Kiev ainda não comentou a declaração do porta-voz de Moscou.
Na quinta-feira (8), o Ministério do Interior da Ucrânia informou que nove pessoas ficaram feriados após ataques de bombas durante as evacuações das enchentes na cidade de Kherson, localizada no rio Dnipro, a 60 km de distância da barragem de Nova Kakhovka.
O gabinete do procurador-geral inicialmente afirmou que uma pessoa havia sido morta pelo bombardeio, mas depois disse que nenhuma morte havia sido relatada. A autoridade culpou a Rússia pelos ataques a civis.
Em um comunicado no Telegram, o Ministério do Interior informou que o bombardeio começou “precisamente durante a evacuação de cidadãos cujas casas foram inundadas”.
Um repórter da Reuters em Kherson disse que podia ouvir o que parecia ser fogo de artilharia. A Rússia, que iniciou sua invasão em grande escala em fevereiro de 2022, negou ter alvejado civis, embora tenha bombardeado cidades em toda a Ucrânia.
Publicado por Flávio Ismerim, com informações da Reuters