O CEO da OceanGate Expeditions, Richard Stockton Rush, foi processado em fevereiro por um casal da Flórida em busca de reembolso devido à uma viagem para ver os destroços do Titanic que eles afirmam ter sido reservada com a OceanGate, mas nunca aconteceu.
De acordo com o processo, Marc e Sharon Hagle, da Flórida, nos EUA, assinaram um contrato com Rush para participar de uma expedição tripulada de mergulho submersível ao RMS Titanic no Cyclops 2 – rebatizado como “Titan” posteriormente, segundo o processo.
Em novembro de 2016, os Hagles pagaram um depósito de US$ 10.000 (cerca de R$ 47.900) cada, valor sobre o qual eles dizem ter sido informados de que era totalmente reembolsável.
Mas depois de pagar um total de US$ 210.258 (mais de R$ 1 milhão) e ver sua expedição adiada várias vezes, eles não conseguiram obter um reembolso. O processo alega indução fraudulenta e violação da Lei de Práticas Comerciais Enganosas e Desleais da Flórida.
Rush está a bordo do submersível que desapareceu no último domingo.
A CNN entrou em contato com a OceanGate para comentar o processo. A súmula online do 9º Circuito Judicial da Flórida não mostra nenhuma resposta ao processo no momento.
O processo afirma que cada um dos Hagles deveria realizar um pagamento de US$ 40.000, um pagamento por marco quilométrico (milestone), “15 dias após o Cyclops 2 ter feito seu primeiro mergulho, aproximadamente por volta de outubro de 2017″.
“De acordo com o contrato, um pagamento final de US$ 55.129 de cada era devido em 1º de fevereiro de 2018, o que estiveram aproximadamente quatro meses antes da data programada de sua expedição”, diz o processo.
O casal, que estava na missão espacial da Blue Origin em 2022, ficou cético quanto à expedição e estava pensando em solicitar um reembolso, afirma o processo.
Ele diz que Rush visitou o casal na Flórida em 2017 e explicou o design do Cyclops 2 para eles, bem como os detalhes da expedição e da tripulação que estariam no submersível.
Ele também disse a eles que o Cyclops 2 estaria pronto para mergulhar nos destroços conforme planejado, em junho de 2018, acrescenta o processo, que também afirma que Rush confirmou na época que receberia um reembolso total se quisesse.
O processo dos Hagles afirma que eles receberam um segundo contrato após a visita de Rush, que exigia que eles pagassem o saldo total da expedição, um total de US$ 190.258 a mais, que eles transferiram para a OceanGate.
Um mês depois de assinarem o novo contrato e transferirem o dinheiro, o nome do Cyclops 2 foi alterado para Titan, diz o processo.
A expedição de junho de 2018 foi cancelada dois meses depois. O processo alega que a razão dada foi que a OceanGate não teve tempo suficiente para fazer testes para certificar que o Titan poderia alcançar a profundidade dos destroços do Titanic, afirma o processo.
A nova expedição estava marcada para julho de 2019, mas cancelada no mês anterior, primeiro alegando que a embarcação de apoio se recusou a participar e depois alegando “falha no equipamento”, segundo a ação. Os Hagles afirmam que foram informados de que a nova data da expedição seria em 2020.
O casal então solicitou o reembolso dos US$ 210.258 pagos.
Os Hagles afirmam, também, que, embora tenham sido informados pelo gerente de expedição da OceanGate de que a empresa estava trabalhando em um “plano de reembolso total”, eles receberam uma comunicação da OceanGate exigindo que participassem de uma expedição em julho de 2021.
Se não o fizessem, não teriam direito a reembolso ou crédito, diz o processo.
O casal está pedindo ao tribunal a devolução do dinheiro pago, bem como danos punitivos.
Quando contatado pela CNN, o advogado dos Hagles, Ronny Edwards Jr., se recusou a comentar sobre o litígio pendente, mas disse: “Mais importante do que o litígio, no entanto, é o retorno seguro de toda a tripulação do Titan. Meus pensamentos e orações estão com a tripulação e suas famílias.”
(Ross Levitt contribuiu com informações)