Funcionários da inteligência dos EUA conseguiram reunir uma imagem extremamente detalhada e precisa dos planos do chefe do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, que levaram à sua rebelião de curta duração, incluindo onde e como Wagner planejava avançar, disseram fontes familiarizadas com o assunto à CNN.
Mas a inteligência era tão confidencial que era compartilhada apenas com aliados selecionados, incluindo altos funcionários britânicos, e não no nível mais amplo da Otan, disseram fontes à CNN.
Não ficou claro exatamente quando Prigozhin agiria, segundo as informações. Mas ele parece ter decidido seguir em frente com seu plano após uma declaração de 10 de junho do Ministério da Defesa da Rússia de que todas as empresas militares privadas, incluindo Wagner, seriam forçadas a assinar contratos com as forças armadas da Rússia a partir de julho e essencialmente absorvidas.
A inteligência era tão secreta que, dentro dos Estados Unidos, foi informada apenas aos funcionários mais escalados do governo, bem como aos membros da “Gangue dos Oito” do Congresso, que têm acesso aos assuntos de inteligência mais sensíveis.
O sigilo em torno da inteligência foi o motivo pelo qual alguns altos funcionários europeus e até altos funcionários do governo dos EUA foram pegos de surpresa pelo ataque de Prigozhin na sexta-feira (23) e pela velocidade com que as forças de Wagner marcharam para Rostov-on-Don e subiram em direção a Moscou na manhã de sábado, disseram as fontes.
Alguns funcionários da Otan expressaram frustração pelo fato de a inteligência não ter sido compartilhada. Mas fazer isso arriscaria comprometer fontes e métodos extremamente sensíveis, explicaram as fontes.
As autoridades ucranianas também não foram informadas sobre a inteligência com antecedência, disseram as autoridades, principalmente devido ao temor de que as conversas entre autoridades americanas e ucranianas pudessem ser interceptadas por adversários.
Joe Biden passou os dias após o fracasso da rebelião conversando com aliados, incluindo os líderes da França, Alemanha, Reino Unido e Canadá, bem como o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
Durante essas conversas, ele compartilhou as informações que os EUA tinham sobre a rebelião, segundo as autoridades, a fim de garantir que os líderes tivessem uma melhor compreensão do que era conhecido pela inteligência dos EUA.
(De Natasha Bertrand da CNN, Alex Marquardt, Kylie Atwood e Kevin Liptak)