Partículas do vírus da mpox vistas em microscópio eletrônico. — Foto: NIAID
A Organização Mundial da Saúde (OMS) voltou a declarar a mpox como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) nesta quarta-feira (14).
O mais alto nível de alerta da organização havia sido declarado para o surto da "varíola dos macacos", como era então conhecida a doença, no final de julho de 2022. Somente em maio de 2023 que a organização decidiu rebaixar seu status, por causa da diminuição global do número de casos (como também aconteceu com a Covid).
A principal razão por trás dessa declaração da OMS é a propagação de uma nova variante do vírus (conhecida como Clado 1b), que causa uma maior mortalidade, é mais fácil de transmitir e está circulando na África Central, afetando principalmente crianças e se espalhando por meio de múltiplos modos de transmissão (não apenas a via sexual).
??No Brasil, até o momento, nenhum caso do Clado 1b foi identificado.
Desde 2022, diversos países já registraram casos da doença (veja mais abaixo). No entanto, a rápida propagação do vírus no continente africano reacendeu um alerta nas entidades de saúde pelo mundo. A região registrou, desde o começo do ano, mais de 17 mil casos suspeitos e confirmados e 517 mortes, segundo os últimos dados divulgados pelo Africa CDC em 9 de agosto.
Só na República Democrática do Congo (RDC) são 16.789 casos. Destes, 14.151 são suspeitos e 2.638 confirmados. O país concentra também quase todo o total de mortes no continente este ano: 511.
O último boletim da OMS, divulgado em 12 de agosto deste ano, traz os números da doença de janeiro de 2022 até 30 de junho de 2024. Segundo a organização, foram confirmados 99.176 casos e 208 mortes. Durante o período, o vírus foi reportado em 116 países, incluindo o Brasil.
Dez países concentraram mais de 80% dos casos no período:
* A OMS leva em conta os casos confirmados. Por isso, os casos da RDC são menores dos que os reportados pelo Africa CDC.
Vale lembrar que os números acima são referentes ao período de 2022 e 2024. Atualmente, "o surto continua com um baixo nível de transmissão" fora da África, afirmou a OMS.
No Brasil, foram notificados 709 casos em 2024, sem nenhuma morte, segundo o Ministério da Saúde. O último óbito foi registrado em abril de 2023.